Petróleo e Petroquímica

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Breve histórico da Engenharia Química e novas tendências

De modo simplificado, pode-se dizer que a Engenharia Química nasceu no fim do Séc. XIX da junção da Engenharia Mecânica com a Química Industrial, com uma ênfase maior em engenharia:

Engenharia Mecânica + Química Industrial = Engenharia Química

Entretanto, ao longo do Século XX, vários desenvolvimentos foram feitos, adquirindo a profissão uma identidade própria, que desfruta nos dias atuais. Tais progressos incluem o desenvolvimento de reatores químicos(*) operados de modo contínuo (em contrapartida aos antigos reatores em batelada), presença de reciclo e recuperação de reagentes não reagidos, processos de purificação, dentre outros. Estes avanços requereram um conhecimento de sistemas com escoamento através de tubulações (processos que tradicionalmente os químicos não dominam) e conhecimentos aprofundados de físico-química (estequiometria, cinética química e termodinâmica química), que os engenheiros mecânicos não possuem formação.
 
Inicialmente muito ligada a indústria química e petroquímica, a Engenharia Química estendeu seu leque de atuação para várias outras áreas, sendo hoje considerada uma Engenharia de Processos, ou seja, sua atuação se encontra em todaatividade humana de transformação de matérias-primas em produtos, que envolve conhecimentos de engenharia (cálculos matemáticos, emprego da Física, conhecimento baseado na experiência, análise econômica etc) e Química. Mais recentemente ainda, a Biologia passou a ter grande importância para a Engenharia Química, principalmente nos Bioprocessos (exemplos: fabricação de biocombustíveis por fermentação e indústria de alimentos).
 
Por atuar geralmente numa corporação industrial, o Engenheiro Químico necessita ainda possuir formação em Humanidades (exemplos: comunicação e expressão, empreendedorismo e gerenciamento de pessoas e projetos) e noções de Direito.
 
Hoje a Engenharia Química passa novamente por transformações, pois novos produtos de alto valor agregado e produção em pequena escala (Ex: medicamentos, cosméticos etc) estão em ascensão, requerendo o desenvolvimento de novos produtos e de novas metodologias de separação. Além disto, com o advento da Era da Informática, o projeto e operação de processos passa a cada dia a ser mais informatizado e automatizado, requerendo do Engenheiro Químico sólida formação na área computacional (Engenharia de Processos e Fluidodinâmica Computacional). A Modelagem e Simulação de Processos em computadores passou a se tornar muito importante, pois com o auxílio de modelos matemáticos pode-se representar com fidelidade crescente os diversos fenômenos físico-químicos envolvidos, bem como os equipamentos presentes numa planta industrial, e, resolvendo estes modelos, pode-se simular no computador o comportamento de uma indústria completa ou parte dela (Planta Virtual). Os benefícios de tal técnica são enormes, sendo o principal método na otimização e, consequente, aumento de lucratividade.
 
As tendências na Engenharia Química incluem:
 

  • Desenvolvimento de novos materiais, principalmente usando nanotecnologia (exemplo: catalisadores mais eficientes)
     
  • Utilização da biotecnologia na obtenção de produtos pelo uso de microrganismos ou enzimas (exemplos: remédios e cosméticos)
     
  • Desenvolvimento de tecnologias limpas (não poluentes) e baseadas em matérias-primas renováveis (exemplo: “plástico verde”)
     
  • Controle de poluição (sólidos, líquidos e gases) e gestão ambiental (exemplo: monitoramento e melhoria da qualidade do ar nas cidades)
     
  • Controle automático de processos em batelada, controle de alto desempenho e de plantas inteiras (exemplo: automatização de plantas multipropósitos)
     
  • Desenvolvimento de matrizes energéticas sustentáveis (exemplos: solar e a partir da biomassa)
     
  • Melhor entendimento da ação das drogas (remédios) no corpo humano, através da investigação da bioquímica corporal usando métodos físico-químicos e modelagem matemática (exemplo: desenvolvimento de medicamentos com liberação controlada no organismo)
     
(*) Um reator é um equipamento industrial no qual se processa uma reação química qualquer, geralmente em fase líquida ou gasosa.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Modelagem, simulação e otimização de processos: uma abordagem prática com Maxima


UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA
NUCOP: NÚCLEO DE MODELAGEM, CONTROLE E OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS

PROPOSTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Modelagem, simulação e otimização de processos: uma abordagem prática com Maxima

Software:
Software livre e gratuito, classificado como CAS (“Computer Algebra System”).
Documentação: link acima e também em:
ftp://ftp.feq.ufu.br/adilson/MM/apostilas_Maxima/ 
ftp://ftp.feq.ufu.br/adilson/MM/apostilas_Maxima/MaximaApoioEnsinoMatematica.pdf 
http://www.inf.unioeste.br/~rogerio/Tutorial-ModuloII-ParteA-GAAL.pdf 


Temas:

  1. Solução de Equações Diferenciais Ordinárias por Séries de Potência

  2. Solução analítica de Equações Diferenciais Parciais

  3. Solução analítica de Equações a Diferenças

  4. Otimização por Programação Linear

  5. Sistemas Discretos


Metodologia:

  1. Aprendizado do software Maxima, através de tutoriais prontos

  2. Escolha de processos (estudos de caso) importantes no contexto da Engenharia Química e que se inserem nos temas anteriores

  3. Resolução dos estudos de caso usando o Maxima

  4. Produção de material bibliográfico contendo a descrição do problema e a solução proposta

  5. Encontros periódicos com o orientador ou com o grupo de pesquisa
Bibliografia:

  1. ---, Maxima Documentation. Disponível em: http://maxima.sourceforge.net/documentation.html

  2. VILLATE, J. E. Introdução aos sistemas dinâmicos: uma abordagem prática com Maxima, Univ. of Porto (version 1.2, 27-02-2007). Disponível em: http://fisica.fe.up.pt/maxima/book/sistdinam-1_2.pdf

  3. INCROPERA, F. P., DeWITT, D. P. Transferência de calor e de massa. LTC, 2002.

  4. RICE, R. G., DO, D. D. Applied mathematics and modeling for chemical engineers. John Wiley, 1995.

Como estão suas bases de Engenharia Química?


Por Henrique José Brum da Costa, diretor presidente da ABEQ - Regional São Paulo
Desde que deixei os bancos do curso de Engenharia Química, já se vão nove anos. A universidade é uma sucessão de momentos inesquecíveis na vida da maioria das pessoas. Apesar disso, nossa estada por lá é, antes de qualquer coisa, para aprendamos os fundamentos e técnicas que mais tarde nos permitirão encarar o dia-a-dia da profissão. Os fundamentos que recebemos estão presentes e distribuídos desde disciplinas básicas, como química geral, física ou desenho técnico, até disciplinas avançadas, como Operações Unitárias, Cálculo de reatores ou projeto de processos. Mas será que todos estes fundamentos são úteis?
Toda a generalização tende ao erro, até porque o mundo da Engenharia Química é muito vasto. Mas uma coisa é fato, quando nos vemos diante de problemas reais e somos convocados a apontar um caminho para a solução, temos de nos valer destes fundamentos para podermos avaliá-los e entende-los.
Assuntos ou tópicos mal explicados ou ainda mal aprendidos no decorrer do curso, nesta hora, nos cobram um preço bem alto. Pois despendemos um tempo muito grande para entender “o básico” (e muitas vezes o óbvio) e assim podermos olhar além do problema, o chamado “olhar para fora da caixa”. Ao recordar um professor que dizia; “a maioria das coisas é simples e se ficar muito complicado, provavelmente erramos algo”, tem sua verdade no momento em que identificamos a falta de aderência entre o conhecimento que temos e o encaminhamento que demos ao problema.
Problema apenas dos novatos. Não, aflige também os veteranos. Portanto, reciclemos nossos fundamentos, não nos furtemos ao dever de retornar às nossas bases e reforçá-las. Pois assim, sempre poderemos pisar em solo firme em nossa jornada pela profissão.



Vídeo interessante do projeto de plantas químicas usando softwares 3D: