Petróleo e Petroquímica

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Utilização de Pacotes Computacionais como Apoio Didático ao Ensino de Graduação em Engenharia Química

O artigo a seguir foi apresentado e publicado nos anais do XIX Interamerican Congress of Chemical Engineering e XIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química, COBEQ 2000, que ocorreram no ano de 2000 em Águas de São Pedro, SP. Consultando "back ups" antigos, me deparei com o texto e apesar de terem se passado 14 anos as idéias ali expostas ainda continuam atuais e necessárias, no contexto do ensino e aprendizagem em Engenharia, em particular, na Engenharia Química, cujos métodos de ensino e avaliação ainda são centrados em aulas expositivas teóricas, provas com cálculos extensos e outras coisas do início do século XX, quando hoje se exige um profissional que seja capaz de se situar frente ao mar de informações disponíveis, que seja capaz de análise crítica, de fazer hipóteses e testá-las, de explorar os [imensos] recursos de informática existentes e não mais calcular uma coluna de destilação usando o método de McCabe Thiele [qualquer simulador hoje faz isto em questão de segundos, incluindo simuladores gratuitos, como é o caso do COCO].

ASSIS, A. J. ; RODRIGUES, S. ; LONA, L. M. F. . Utilização De Pacotes Computacionais Como Apoio Didático Ao Ensino De Graduação Em Engenharia Química. In: XIX Interamerican Congress of Chemical Engineering (XIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química), 2000, Águas de São Pedro. COBEQ 2000, 2000. v. CDROM. 

Slides da apresentação oral durante o congresso, formato pdf.




Resumo. Discute-se neste trabalho a utilização de pacotes computacionais tais como MathematicaTM, MapleTM, MatlabTM, PolymathTM, etc., no ensino de graduação em Engenharia Química. Mostra-se que através de uma conveniente utilização destes pacotes, economiza-se apreciável tempo de programação, que pode ser utilizado na análise crítica dos resultados, estudo de sensibilidade paramétrica, pesquisa de assuntos complementares, dentre outras tarefas essenciais no moderno contexto da engenharia. O uso de pacotes facilita o desenvolvimento de projetos individuais ou em grupos, nos quais permite-se ao aluno desenvolver melhor sua criatividade através da exploração de problemas reais, induzindo assim uma autonomia no aprendizado por parte deste, desenvolvendo uma prática pedagógica centrada no aluno e não no professor. Os benefícios de tal prática são vários, sendo o ponto de partida para o processo de educação autônoma e continuada, única capaz de permitir ao futuro profissional manter-se atualizado com o crescente desenvolvimento de novas tecnologias.

Palavras-chave: Ensino de Graduação, Pacotes Computacionais, Análise de Processos, Informática e Engenharia Química

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Lista de publicações, com artigos para download

Artigos completos publicados em periódicos
1. ELISIARIO, A. C. D. M., ASSIS, A. J.
Computer simulation and parametric analysis of an old ammonia industrial storage unit. International Review of Chemical Engineering - Rapid Communications (IRECHE). , v.6, p.169 - 176, 2014. BAIXE AQUI
2.    Dantas, S.C., Resende, K.A., Rossi, R.L., Assis, A.J., Hori, C.E.
Hydrogen production from oxidative reforming of methane on supported nickel catalysts: an experimental and modeling study. Chemical Engineering Journal (1996). Fator de Impacto(2013 JCR): 4,0580, v.197, p.407 - 413, 2012.
3. LIMA, A. M., ASSIS, A. J., HORI, C. E., REIS, M. H. M., MACHADO, A. E. H.
Thermodynamic Analysis of Ethanol Dehydration to Ethylene through Equilibrium Constant Method Using Classic Thermodynamics and Quantum Chemistry. The International Review of Chemical Engineering. , v.4, p.466 - 473, 2012. BAIXE AQUI
4. LIRA, Taísa Shimosakai de, BARROZO, Marcos Antônio de Souza, Assis, Adilson J.
Predicting air quality in Uberlandia, Brazil, using linear models and Neural Networks (DOI: 10.1504/WRSTSD.2011.044212). World Review of Science, Technology and Sustainable Development (WRSTSD). , v.8, p.135 - 147, 2011.
5. NICODEMOS, R. M., LIMA, A. M., ASSIS, A. J.
Produção de hidrogênio a partir de fontes renováveis. Horizonte Científico (Uberlândia). , v.5, p.1 - 24, 2011.
6.    de Ávila, C.N., Hori, C.E., de Assis, A.J.
Thermodynamic assessment of hydrogen production and cobalt oxidation susceptibility under ethanol reforming conditions. Energy (Oxford). Fator de Impacto(2013 JCR): 4,1590, v.36, p.4385 - 4395, 2011.
7. NICODEMOS, R. M., ASSIS, A. J., BARROZO, Marcos Antônio de Souza
Estudo Sobre Qualidade do Ar na Cidade de Uberlândia: Análise da Influência de Variáveis. Horizonte Científico (Uberlândia). , v.2, p.1 - 25, 2010.
8.    Silva, Leandro C., Murata, Valéria V., Hori, Carla E., Assis, Adilson J.
Hydrogen production from methane steam reforming: parametric and gradient based optimization of a Pd-based membrane reactor. Optmization and Engineering. Fator de Impacto(2013 JCR): 0,9550, v.11, p.441 - 458, 2010.
9.    DIAS, R. S., SILVA, L. C., ASSIS, A. J.
Plant wide simulation using the free chemical process simulator Sim42: Natural gas separation and reforming. Computer Applications in Engineering Education. Fator de Impacto(2013 JCR): 0,4490, v.18, p.476 - 484, 2010.
10.    LIRA, Taísa Shimosakai de, BARROZO, Marcos Antônio de Souza, ASSIS, A. J.
Concurrent moving bed dryer modelling: sensitivity of physicochemical parameters and influence of air velocity profiles. Applied Thermal Engineering. Fator de Impacto(2013 JCR): 2,6240, v.29, p.892 - 897, 2009.
11.    Arruda, E.B., Façanha, J.M.F., Pires, L.N., Assis, A.J., Barrozo, M.A.S.
Conventional and modified rotary dryer: Comparison of performance in fertilizer drying. Chemical Engineering and Processing. Fator de Impacto(2013 JCR): 1,9590, v.48, p.1414 - 1418, 2009.
12.    Ávila-Neto, C.N., Dantas, S.C., Silva, F.A., Franco, T.V., Romanielo, L.L., Hori, C.E., Assis, A.J.
Hydrogen production from methane reforming: Thermodynamic assessment and autothermal reactor design. Journal of Natural Gas Science and Engineering. Fator de Impacto(2013 JCR): 1,4060, v.1, p.205 - 215, 2009.
13.    ARRUDA, E. B., Lobato, F. S., ASSIS, A. J., Barrozo, M. A. S.
Modeling of Fertilizer Drying in Roto-Aerated and Conventional Rotary Dryers. Drying Technology. Fator de Impacto(2013 JCR): 1,7700, v.27, p.1192 - 1198, 2009.
14. LIMA, A. M., SILVA, L. C., ASSIS, A. J.
Otimização da Produção de Hidrogênio pela Reforma do Metano em Reatores com Membrana. Horizonte Científico. , v.1, p.1 - 21, 2008.
15.    ARRUDA, E. B., FACANHA, J. M. F., PIRES, L. N., ASSIS, A. J., BARROZO, Marcos Antônio de Souza
Transport of solids through rotary dryers with flights of two and three segments. Materials Science Forum. Fator de Impacto(2004 JCR): 0,4980, v.591-3, p.368 - 373, 2008.
16.    LIRA, T. S. DE, Barrozo, M. A. S., ASSIS, A. J.
Air quality prediction in Uberlândia, Brazil, using linear models and neural networks. Computer-Aided Chemical Engineering. , v.24, p.51 - 56, 2007.
17.    ASSIS, A. J., LIRA, Taísa Shimosakai de, BARROZO, Marcos Antônio de Souza, MURATA, Valéria Viana
Effect of radial air profiles on a countercurrent moving bed drying. Food and Bioproducts Processing. Fator de Impacto(2013 JCR): 2,2850, v.85, p.241 - 246, 2007.
18.    BARROZO, Marcos Antônio de Souza, MURATA, Valéria Viana, ASSIS, A. J., FREIRE, J. T.
Modelling of drying in moving bed. Drying Technology. Fator de Impacto(2013 JCR): 1,7700, v.24, p.269 - 279, 2006.
19. BESTETI, Marina Damião, ASSIS, A. J.
Simulação da reação de reforma do metano para produção de hidrogênio. Horizonte Científico. , v.3, p.1 - 25, 2006.
20.    ASSIS, A. J., LIRA, T. S. DE, MURATA, Valéria Viana
Concurrent drying of soybean seeds: the effect of the radial air profile. Brazilian Journal of Chemical Engineering. Fator de Impacto(2013 JCR): 0,9120, v.22, p.311 - 318, 2005.
21.    ASSIS, A. J., MACIEL FILHO, R.
Soft sensors development for on-line bioreactor state estimation. Computers and Chemical Engineering. Fator de Impacto(2013 JCR): 2,4520, v.24, p.1099 - 1103, 2000.
22.    DECHECHI, E. C., LUZ JÚNIOR, L. F. L., ASSIS, A. J., MACIEL, M. R. W., MACIEL FILHO, R.
Interactive supervision of batch distillation with advanced control capabilities. Computers and Chemical Engineering. Fator de Impacto(2013 JCR): 2,4520, v.22, p.S867 - S870, 1998.
23. HENRIQUE, Humberto Molinar, NASCIMENTO, Alvimar Ferreira, ASSIS, A. J., BUIATTI, C. M.
Determinação do coeficiente de transferência de massa e do coeficiente de dispersão axial em um leito fluidizado trifásico. Ciência & Engenharia. , v.2, p.101 - 119, 1992.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

MOOC(*), uma revolução [quase silenciosa] em curso

Hoje há uma grande disponibilidade de cursos "on line" de diversas universidades
que podem ser muito úteis, tanto para suprir lacunas na formação pessoal, como
para ampliar os horizontes, para usar partes deles em complemento/atividades em
sala de aula ou extra-classe ou até mesmo para comparar com nossas metodologias
pessoais de ensino/aprendizagem.

Uma revolução silenciosa na educação, que irá transformar radicalmente o modo
como aprenderemos e ensinaremos, está em curso, e, não podemos ficar à margem
deste processo.

Eis os principais recursos por mim selecionados:

1) Cursos do MIT:
http://ocw.mit.edu/index.htm
Embora possam ser acessados hoje em portais [como o iTunes U, EDX e outros], uma
consulta ao portal específico deles, pioneiros nesta modalidade de
disponibilizar cursos de forma gratuita na internet, é altamente recomendável.

2) Plataforma EDX que começou com cursos online do MIT e Harvard e agora conta
com colaboração de outras Universidades de peso: https://www.edx.org/

3) Um recurso didático interessante em Engenharia Química são os chamados
"screencasts". Há muita coisa disponíveis gratuitamente no YouTube. O principal
canal é o do projeto LearnChemE (www.learncheme.com):
http://www.youtube.com/user/LearnChemE
Outros dois canais no YouTube são:
http://www.youtube.com/user/DrMorrisonMTU
http://www.youtube.com/user/EngineerClearly
Esses recursos são interessantes porque, muitas vezes, é muito desgastante
assistir a um vídeo com mais de 30 min de uma aula tradicional gravada.
Screencasts geralmente são curtíssimos (10 min ou menos) e abordam assuntos
específicos e de forma visual e bastante prática. Isso o torna muito prático
para tirar dúvidas pontuais.
Outras opções no mesmo estilo são o www.coursera.org e www.oudacity.com. O
último é mais focado em software/computaçāo.

4) Há no Brasil iniciativas promissoras:
   a) Projeto Veduca: legendagem de cursos em outras línguas [para quem não
domina o Inglês] e cursos de universidades locais: www.veduca.com.br/
   b) UnivespTV [Cursos da USP, UNICAMP, UNESP etc]: http://univesptv.cmais.com.br/

5) iTunes: http://www.apple.com/itunes/
o maior interesse seria no iTunes U [http://www.apple.com/education/itunes-u/],
porém não sei se ele está disponível no iTunes para Windows. Neste sentido,
dispor de um iPad, iPhone ou de um computador da Apple tem uma enorme vantagem
em relação às outras plataformas, pois os cursos disponíveis no iTunes U [U de
University] são padronizados e em geral de alto nível; o MIT, Stanford, Harvard,
maiores universidades européias, todas tem já um portal dentro do iTunes U que
agrega seus cursos disponíveis gratuitamente;

"As instituições de ensino superior devem passar, como diz o historiador Walter
Russell Mead, de um modelo de "tempo de estudo" para um modelo de "coisas
aprendidas". Porque cada vez mais o mundo não se importa com o que você sabe.
Tudo está no Google.
 
O mundo só se preocupa, e só pagará, pelo que você pode fazer com o que você
sabe. E, portanto, ele não pagará por uma nota C+ em química, só porque sua
universidade estadual considera isso uma nota de aprovação e se dispôs a lhe dar
um diploma que diz isso. Estamos caminhando para um mundo mais baseado em
competências, onde haverá menos interesse sobre a forma como você adquiriu esta
competência --num curso on-line, num período de quatro anos de faculdade, ou num
curso numa empresa-- e mais demanda para provar que você domina esta
competência.

Portanto, temos de ir além do atual sistema de informação e entrega --o
professoral "sábio no palco" e alunos tomando notas, seguidos por uma avaliação
superficial, em direção a um sistema em que os alunos são convidados e
empoderados para dominar mais material básico online em seu próprio ritmo, e a
sala de aula se torna um lugar onde a aplicação desse conhecimento pode ser
aperfeiçoada através de experimentos de laboratório e discussões com o
professor.

Pareceu haver um forte consenso de que este "modelo misto", que combina
palestras online com uma experiência em sala de aula liderada por um professor,
é o ideal. (...) Exigimos que os encanadores e os professores de jardim da
infância sejam certificados para fazer o que fazem, mas não há exigência para
que professores universitários saibam ensinar.

Não mais. O mundo da MOOCs(*) está criando uma concorrência que obrigará cada
professor a melhorar a sua pedagogia ou enfrentar um concorrente virtual.

O balanço: Ainda há um valor imenso na experiência residencial universitária e
nas interações professor-aluno e aluno-aluno que ela facilita. Mas, para
prosperar, as universidades terão de nutrir ainda mais essas experiências únicas
enquanto as mesclam com a tecnologia para melhorar os resultados do ensino de
formas mensuráveis, a custos mais baixos. Ainda precisamos de mais pesquisas
sobre o que funciona, mas ficar parado não é uma opção." Fonte:
http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/thomas-friedman/2013/03/08/a-vez-dos-cursos-online.htm

MOOC, uma revolução em curso:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=85111
 
(*)MOOC significa "curso aberto pela internet para grandes massas" 
(em inglês, Massive Open Online Course)  

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Simulação de processos químicos usando simuladores

Atualmente há dois simuladores de processos gratuitos disponíveis que atendem plenamente as funções de ensino e até mesmo de pesquisa na área de Projeto de Processos Auxiliada por Computador e em Modelagem e Simulação de Processos:
  1. COCO Simulator: gratuito, mas não livre, já que seu código fonte não é disponibilizado; nativo para Windows, mas pode rodar em Linux pelo Wine; este blogue apresenta em mais detalhes este simulador, incluindo uma breve descrição de seus módulos e exemplos básicos de construção de fluxogramas no simulador.
  2. DWSIM: simulador de processos de código aberto (open-source) para Windows, Linux e Mac OS X.
Além das informações disponíveis acima no blogue indicado, você poderá se interessar por uma coletânea de materiais bibliográficos (artigos, livros, dissertações etc) e procedimentos para simulação de processos disponíveis na página do curso Tópicos Especiais em Modelagem, Controle e Otimização de Sistemas II: Projeto Auxiliado por Computador de Processos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia, incluindo duas dissertações de mestrado por mim orientadas que descrevem com muitos detalhes o processo sequencial de simulação usando o COCO e como extender as potencialidades do COCO com o Scilab (por exemplo, para acrescentar uma operação unitária não disponível originariamente no simlador).

Os livros a seguir são também muito úteis no suporte a modelagem e simulação de processos:
   
  • SEADER, J. D., HENLEY, E. J., ROPER, D. K. Separation process principles. Wiley, 2010.
Neste artigo de minha co-autoria, embora o simulador utilizado tenha sido o Sim42, software que foi infelizmente descontinuado, há dois interessantes exemplos de plantas simuladas e como utilizar a simulação na análise e otimização de processos. Os resultados podem ser reproduzidos em qualquer outro simulador de processos:  DIAS, R. S.; SILVA, L. C.; ASSIS, A. J. . Plant wide simulation using the free chemical process simulator Sim42: Natural gas separation and reforming. Computer Applications in Engineering Education, v. 18, p. 476-484, 2010. Download de uma cópia aqui.

Para uma abordagem mais fundamental da Modelagem e Simulação de Processos, com ênfase no desenvolvimento dos modelos matemáticos fenomenológicos, há o blogue a seguir: http://adilsonjassis.wordpress.com/ que é complementado por este ( http://mmppgequfu.wordpress.com/) que trata da solução analítica de modelos matemáticos descritos por equações diferenciais usando o software livre Maxima.

Para a solução numérica de modelos matemáticos, controle de processos, estatística básica e cálculo numérico, sugiro a utilização do software livre Scilab, muito semelhante ao Matlab, porém gratuito. Uma excelente apostila introdutória ao Scilab está disponível neste link. Uma apresentação geral dos softwares livres úteis na Simulação, Análise, Otimização e Controle de Processos está neste link.

Finalmente, neste mesmo blogue há outras postagens de interesse à Modelagem e Simulação de Processos.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Falácias e vegetarianismo


Um colega de trabalho me colocou a seguinte questão:

"Você termina suas mensagens com o lema: 'Expresse seu amor pelos animais e contribua para a preservação do planeta Terra sendo vegetariano'. Mas há um argumento que me incomoda e quem sabe você pode me ajudar a refutá-lo, exatamente o oposto: 'Expresse seu amor pelos animais não sendo vegetariano, pois se todos forem vegetarianos, os animais que podemos criar e abater humanitariamente, com uma vida boa, não existirão; é
melhor alguma vida do que vida nenhuma; logo, continue a comer carne produzida humanitariamente'".

Bom, vamos lá então...

Na minha modesta opinião não existe abate humanitário, existe apenas abate! Com ou sem dor uma vida está sendo ceifada para a satisfação de outra vida, sem necessidade nutricional, já que podemos obter todos os nutrientes sem abate. Este, na verdade, é uma forma disfarçada da relação predador-presa.

Seria melhor ter então poucos animais do que muitos em regime de escravidão. Além disto, há inúmeros outros fatores envolvidos na questão, pois a cadeia alimentar baseada na carne necessita de recursos naturais (água, pastagem, ração, antibióticos etc) em muitíssimo maior quantidade do que a obtenção direta das proteínas vegetais ou mesmo as animais sem abate (leite e derivados).

Então, para mim o argumento inicial é uma tremenda falácia, pois viola a regra de ouro de "não fazer ao outro o que não gostaria que fosse feito a você", estendendo aqui o conceito de semelhante a todos os seres vivos, em especial aos mais conscientes de suas existências, e apenas tenta distorcer os fatos a fim de justificar um "animal-cídio", doloso em alguns casos, culposo, na maioria.

Por paralelismo, imaginemos uma civilização extraterrestre que chegasse à Terra e resolvesse criar e abater “humanitariamente” os seres humanos para servirem de alimento... quem gostaria de estar nesta situação?!?

Após isto dito, confesso que eu não me interesso muito por estas justificativas todas, pois para mim é muito claro que sempre é possível construir um argumento, mesmo que falacioso, para justificar um dado "status quo" e uma mentalidade vigente*. Ainda, penso que as transformações do pensamento só são efetivas quando partem de transformações internas e cada um será chamado em momento oportuno a prestar contas de suas atitudes, culposas ou dolosas, em relação à sua própria vida e a dos seus semelhantes, humanos e não humanos!

Sem a prática da compaixão por todos os seres tudo pode ser tornar justificado e permitido, nos limites do nosso livre arbítrio.

*A propósito ver o excelente documentário "Inside Job" premiado com o Oscar em 2011, o qual mostra como as maiores mentes da teoria econômica foram cooptadas para justificarem a exploração/predação pelo mercado financeiro atual, sugando os recursos físicos e humanos do planeta de modo completamente esquizofrênico.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Hydrogen and ethene from ethanol: an overview

Hydrogen and ethene from ethanol: an overview

by Adilson J. de Assis

Presented at: CAMd–CINF Monday Group Meetings
Technical University of Denmark, Kgs. Lyngby
February 15, 2010






Table of contents

1. Introduction
   Why ethanol?
   Ethanol: beyond simple biofuel usage
2. Hydrogen from ethanol
   Why to produce hydrogen?
   How to produce hydrogen from ethanol
   Partial Conclusions
3. Ethene from ethanol
   Renewable ethene production
   Ethene from ethanol: thermodynamics and catalysis
   Partial Conclusions




Download the full presentation here.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

História da Matematização dos Processos Químicos


Sumário:
  1. Engenharia: que bicho é este?
  2. Engenharia Química: hã? Química?
  3. O que são processos químicos: !?!
  4. A matematização da natureza: alguns f(bo)atos
  5. Paradigmas da Engª Química: isso morde?
  6. Matematização dos processos químicos: a busca da otimização ou a arte de ser feliz custando pouco!

Apresentação no formato pdf pode ser baixada dos seguintes links:
Google Docs (para baixar, escolher "arquivo" e "fazer download no formato original)
Dropbox

Vídeos usados durante a apresentação:


 

 

 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O princípio da mínima ação de maupertuis e a escolha das ações virtuosas

RESUMO:
O princípio da mínima ação foi proposto por Maupertuis no século XVIII, segundo um pressuposto finalista e unificador da Natureza. Suas aplicações na Óptica e na Mecânica foram imediatas, sendo que posteriormente foi aplicado também às demais áreas da Física com sucesso. A idéia subjacente ao princípio de mínima ação é a existência de uma lei de economia na Natureza, idéia esta muito antiga e citada por Platão e por Aristóteles. Neste trabalho, tenta-se correlacionar o princípio da mínima ação com a escolha das ações virtuosas, definida por Aristóteles na Ética a nicômaco como sendo uma mediania entre dois extremos. Para tanto, faz-se um breve retrospecto histórico-evolutivo do princípio da mínima ação; a possibilidade de correlacioná-lo com a ética e finalmente examina-se um exemplo ilustrativo das idéias propostas.

Para ler o artigo completo, baixe-o no formato pdf a partir deste link.

Ensaio filosófico: o que é, como se faz

Baixe deste link a apresentação no formato pdf.

Baixe aqui também a resenha do livro:
MARTINICH, A. P. Ensaio Filosófico: o que é, como se faz; trad. Adail U. Sobral. São Paulo, Loyola, 2002. 254 p. (Philosophical Writing - An Introduction, 2nd. ed., USA, Blackwell Publishers, 1996)


Adilson José de Assis1


“Domingo à noite, tenho que entregar um ensaio na segunda de manhã”. Este é o curioso título do Apêndice de 4 e meia páginas que consta no livro de Martinich. Qual o seu objetivo? Dar breves dicas para tirar do desespero quem se encontra na situação (não incomum) indicada no título do referido apêndice. Esta é a marca do livro “Ensaio Filosófico: o que é, como se faz” - seu caráter eminentemente pragmático, embora sem descurar do arcabouço teórico que jaz subjacente ao ato de escrever um texto filosófico.

A. P. Martinich é professor de Filosofia na University of Texas, Austin. Como tal, seu livro expressa a experiência de anos na prática docente e seu objetivo é proporcionar um manual no qual o leitor seja levado a se preocupar com a escrita clara, precisa e gramaticalmente coerente, com ênfase maior na precisão do que na elegância, afinal “metade da boa filosofia é boa gramática” (p. 12). A tradução para o português foi feita a partir da 2ª edição inglesa, entretanto, atualmente o texto já se encontra na 3ª edição, com novos acréscimos em relação à edição anterior. E, justamente ao consultar o título original (Philosophical Writing - An Introduction), verifica-se que não se trata a rigor de um manual acerca do ensaio como o entendemos enquanto estilo literário, mas sim versa acerca da escrita filosófica como um todo, na clareza, no rigor e na gramática, embora quando aborda a questão da estrutura do texto filosófico, esta se aproxima mais do ensaio filosófico. Talvez este seja o motivo pelo qual os editores responsáveis pela publicação traduzida tenham optado pelo título remetendo ao ensaio em particular e não tenham preservado o título original.

Quanto à estrutura, o livro é articulado em oito capítulos e um apêndice. Consta também um bom índice remissivo, o que infelizmente não é regra nas publicações em nosso país. Inicialmente o autor aborda a questão do autor e do público quando o objetivo é produzir um texto filosófico como exercício acadêmico. Tal questão é de suma importância, pois não raro há muitas dúvidas por parte dos alunos acerca da abordagem a ser adotada. Que devo escrever se meu professor já sabe tudo isto? Qual o grau de profundidade a ser perseguido? Para Martinich, o propósito do aluno-autor não é a persuasão, nem a exposição, tampouco a explicação. O público (o professor) é inteligente, mas não informado acerca da situação do aluno. Assim, “é responsabilidade do aluno mostrar ao professor que conhece o significado dos termos” (p. 24), ou seja, o aluno deve mostrar que domina o conteúdo, sabe articular o texto de modo adequado e domina o manejo da língua. Para os neófitos, é confusão comum associar texto filosófico à linguagem empolada, vaga e verborrágica. Mas, boa filosofia é 50% boa gramática e 50% bom pensamento (clareza, ordem, estrutura).

O ensaio une elementos retóricos e elementos lógicos. Por este motivo, para aqueles que não estão seguros acerca do que seja um bom argumento, ou dos argumentos válidos e convincentes, todo o capítulo 2 do livro aborda estas e outras questões, tais como: consistência e contradição, argumentos contrários e contraditórios e a força de uma proposição. Se o núcleo do ensaio filosófico é o argumento, escrever bom texto filosófico significa dominar a lógica clássica. A finalidade do capítulo é ser um curso elementar sobre os conceitos básicos de lógica e contém informações essenciais à compreensão dos elementos dos capítulos seguintes. O autor lembra, logo na introdução, que os leitores familiarizados com a lógica podem prescindir deste conteúdo. O demais, devem lê-lo lenta e atentamente.

Na seqüência, é apresentada a estrutura do ensaio filosófico, em duas formas: uma simples e outra um pouco mais complexa. A estrutura simples do ensaio é alcançada em 5 etapas:

  1. Apresente a proposição a ser provada;
  2. Apresente o argumento em favor da proposição;
  3. Demonstre que o argumento é válido;
  4. Demonstre que as premissas são verdadeiras;
  5. Retome de modo conclusivo o que foi provado;

Já a forma mais complexa, mantém as 5 etapas prévias, porém desdobra-as em sub-etapas, as quais são exemplificadas num modelo de ensaio intitulado “A teoria de Hobbes da moralidade segundo a ordem divina”. Este é justamente um ponto forte do livro de Martinich: tudo (ou quase tudo) que é discutido conceitualmente é fartamente ilustrado com exemplos na forma de frases, pequenos parágrafos ou mesmo citação de textos publicados na literatura, os quais são analisados criticamente. Isto é extremamente útil a todos os envolvidos com a tarefa da boa escrita filosófica, mas principalmente ao aluno do curso de graduação, via de regra inseguro e portador de dificuldade natural em transpor o conceito estudado na prática dissertativa.

Após apresentar a anatomia do ensaio, o restante do livro é dedicado à sua elaboração, às táticas do texto analítico, as restrições ao conteúdo e às metas em termos de forma. Por último, é abordada a questão da introdução, que o autor recomenda deixar como última parte a ser redigida no ensaio. Martinich aborda a questão da elaboração do texto, recomendando a seguinte seqüência de trabalho:

  1. Pensar no tópico. Exemplo: a natureza do livre-arbítrio;
  2. Tornar o tópico mais específico. A maneira mais fácil é transformá-lo numa tese (comprometimento com alguma posição particular). Exemplo: nenhum ser humano tem livre-arbítrio;
  3. Pense nos motivos pelos quais uma pessoa racional deve acreditar na posição que você decidiu defender; argumente em favor de sua posição (argumentos válidos, sólidos e convincentes - lógica formal); anote, separe os mais importantes dos menos importantes; quais se subordinam (quais razões sustentam outras razões);
  4. Pensar nas qualidades de que você quer dotar sua redação: clareza, precisão, organização, simplicidade (fugir da linguagem vaga, inexata, ambígua ou imprecisa);
  5. Comece a escrever: 1º esboço; 2º esboço; ampliação até o limite desejado. A vantagem desta técnica é que nunca se perde de vista a estrutura do ensaio.

Ainda são apresentadas outras dicas que podem ser muito úteis, tais como: no início, usar a escrita sem censura, a tempestade cerebral, para descobrir a direção e a estrutura; usar fichas separadas: uma para cada pensamento (ou a opção de quebra de página em textos no computador); não fazer pesquisa bibliográfica antes de iniciar a própria escrita: “escreva primeiro e cite depois”; mesmo os pensamentos equivocados podem auxiliar: “Poder-se-ia pensar isso e aquilo. Mas, como o demonstrou o Prof. Sabedoria, isso e aquilo estão errados porque ...” (p. 112); depois do texto escrito, fazer o aperfeiçoamento da gramática e da estilística.

Já na produção do texto analítico, algumas táticas importantes são úteis: nas definições, dar significados precisos (forma clássica: por gênero e diferença específica); fazer as distinções por caracterização ou por exemplos; na análise (no sentido estrito), que está para os conceitos, assim como as definições estão para as palavras, não incorrer na forma circular, nem usar proposições fortes demais, nem demasiadamente fracas; os dilemas são úteis para introduzir problemas. Um dilema pode constituir o núcleo do ensaio e em geral apresenta alternativas conceitualmente desagradáveis, a partir das quais o ensaio de desenrola; os contra-exemplos são métodos de crítica, não de construção de teorias. Eles mostram o erro de uma tese, sem mostrar diretamente o que é correto; o “reductio ad absurdum” é um método para resolver problemas que se baseia em: “se alguma proposição implica uma proposição falsa, essa primeira proposição também tem de ser falsa e sua negação, verdadeira.” (p. 175); o raciocínio dialético (tese simples → crítica → tese complexa) é útil quando se quer ir elaborando uma tese pouco a pouco. Em todos os casos muitos exemplos de textos reais ou não são apresentados.

Quanto às restrições ao conteúdo do ensaio, a principal é evitar o erro desonesto: o ensaísta deve buscar a verdade e só permitir o erro quando este for honesto, ou seja, quando o autor não tem consciência de que está incorrendo em um erro, seja por não dominar de forma adequada os conceitos, seja por usar uma forma argumentativa falaciosa. Tampouco deve-se fazer uso da autoridade como forma de convencimento, pois trata-se de uma falácia. Entetanto, deve-se lembrar que “os grandes filósofos construíram grandes argumentos filosóficos que devem antes de tudo ser conhecidos e depois criticados, revisados e ampliados” (p. 199). Afinal, para Étienne Gilson, “a única coisa pertinente à história da filosofia é a filosofia”. A literatura secundária (os comentadores) deve ser examinada a fim de se descobrir se ela lança alguma luz sobre o tópico primário, e só neste contexto justifica-se o seu uso. O autor do ensaio deve se lembrar ainda de que o ônus da prova pertence a quem apresenta a tese. Evidentemente, nem tudo tem que ficar explícito no texto, mas deve avaliar com cuidado o que se pode supor a partir deste e o que se exige prova ou evidência.

Com relação à forma do texto, algumas metas que devem ser perseguidas: coerência, clareza, concisão e rigor. A coerência consiste em fazer os devidos elos de ligação com o que veio antes e com o que vem depois. Para tanto, deve-se usar expressões de transição. A clareza, por sua vez, enquanto precisão, evita a ambigüidade, a vaguidade e a indeterminação. “O que pode ser dito pode sê-lo com clareza”, já disse Wittgenstein (Tractatus Logico-Philosophicus). “O verdadeiro filósofo sempre busca a clareza e a discriminação; ele tenta invariavelmente lembrar não uma torrente violenta, impetuosa, mas antes um lago suíço que, por meio de sua calma, combina uma grande profundidade com uma grande clareza, revelando-se a profundidade precisamente por meio de sua clareza.” Schopenhauer. A concisão, por sua vez, combina a brevidade com o conteúdo. Por último, o rigor envolve a clareza, a precisão e a explicitação das idéias e dos argumentos, não a absoluta, mas a necessária ou a suficiente.

O autor abre seu livro citando Voltaire: “Se eu tivesse tido mais tempo, esta carta teria sido mais curta”. Esta frase expressa bem a atividade de produção de um texto filosófico, o caráter de elaboração sucessiva que deve possuir, tendo como meta sempre a clareza, a concisão e a precisão, além da coerência interna dos argumentos. Embora o livro se dirija em particular ao aluno de graduação em filosofia, será um instrumento útil a todos aqueles interessados em produzir textos filosóficos mais elegantes, gramaticalmente coerentes e com estrutura argumentativa lógica. Fechando o livro, o autor poderia ter incluído uma bibliografia pertinente ao assunto, além daquela esparsa ao longo dos capítulos.

1Aluno do curso de Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia. Exercício de Resenha na disciplina Leitura e Produção de Textos em Filosofia 2, Prof. Bento Itamar Borges.


Software livre na engenharia

Duas palestras acerca do uso de software livre na Engenharia, em especial, Engenharia Química (clique nos links para baixar as apresentações no formato pdf), abordando a filosofia do software livre e os principais aplicativos de interesse do engenheiro. Apesar de ser um pouco antigas, a maior parte ainda é atual, embora os softwares citados tenham versões mais atuais e muito melhores do que as apresentadas aqui:

Palestra no COBEQ 

Palestra na Semana de Engenharia Química da UFU