Petróleo e Petroquímica

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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Vendo, salvando e convertendo vídeos do formato flash

Hoje a informação relevante para usar numa sala de aula pode estar disponível na internet em vários formatos, tais como textos, imagens, vídeos etc. Não tenho conhecimento de algum material produzido pela UFU no sentido de auxiliar seus docentes a aproveitar os novos conteúdos disponíveis, valiosos no ensino-aprendizagem em vários momentos. Quem sabe o pessoal do NUPRO não poderia fazer um tutorial acerca destes assuntos?!?

Enquanto isto não acontece, seguem algumas dicas! Outros poderiam contribuir e as informações aqui reunidas poderiam então ser disponibilizadas de modo mais completo.

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Para os interessados em literatura, filosofia, história etc, enfim, em cultura em geral, a Academia Brasileira de Letras disponibiliza no seu portal palestras (na forma de vídeo) muito interessantes. Entre em:

http://www.academia.org.br/

e depois vá em: Memória da ABL > Multimídia

Alguns destaques:
# 2º Ciclo 2008: "A Literatura de Machado de Assis"
# Ciclo de Palestras "Vida Vício Virtude"
(em especial a palestra de Francis Wolff - "A Justiça", é um exemplo de como falar sobre temas profundos, ligados ao nosso cotidiano, de forma leve, abrangente, sem academicistite, eruditite ou pedantismo).

Para quem quiser "baixar" os vídeos no computador, use o navegador Firefox (http://br.mozdev.org/) e depois instale a extensão para ele "Downloadhelper" (http://www.downloadhelper.net/install.php). Depois de instalar, ao clicar sobre o vídeo para carregar, 3 bolinhas ficarão girando logo na frente do endereço web (sinal que o Downloadhelper detectou que um arquivo de mídia está disponível para ser baixado); clique na seta ao lado das 3 bolinhas girantes e salve o vídeo (no formato flash ou *.flv). Isto funciona em Windows e Linux, de igual forma.

O mesmo procedimento serve para baixar vídeos do YouTube e usar depois em sala de aula, sem conexão à internet.

Caso queira converter o vídeo em flash para AVI, MPEG etc (para gravar num DVD e ver no aparelho de DVD player que lê nestes formatos - a maioria dos aparelhos hoje reconhecem estes formatos), há vários aplicativos para fazer isto. Um deles é o (para Win):
http://freez-flv2avi-mpg-wmv-converter.pt.malavida.com/d3682-download-gratis-windows

Outra opção ainda é extrair apenas o áudio das palestras e salvar no formato mp3 para ouvir no mp3 player, celular etc enquanto caminha, executa tarefas mecânicas etc
http://www.dvdvideosoft.com/download/FreeVideoToMp3Converter.exe
http://www.dvdvideosoft.com/guides/dvd/extract-audio-from-video-to-mp3.htm

Para quem usa Linux, o ffmpeg é o melhor conversor de mídias que conheço. Para quem não gosta de usá-lo na linha de comando, há as interfaces "soundkonverter" e "multimedia converter", dentre outras.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ciência e/ou tecnologia? - III

Ética, ciência e tecnologia
Ivan Domingues
Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais

RESUMO

O artigo visa pensar a relação entre ética, ciência e tecnologia, enfatizando o problema de sua revinculação depois da cisão entre os juízos de fato e os juízos de valor, ocorrida no início dos tempos modernos. Uma vez examinada a ética da aristocracia guerreira e a moral do santo, procura-se delinear o caminho tomando como referência a ética da responsabilidade, cujo protótipo é a moral do sábio, desaparecido no curso dos tempos modernos, em razão da fragmentação do saber e do advento do especialista. Ao fim do estudo, é discutida a relação entre a ética e a metafísica, com o intuito de ajustar a questão antropológica à perspectiva cosmológica, bem como de fornecer as bases de um novo humanismo, objetivando a humanização da técnica e a geração de um novo homem, alfabetizado em ciência, tecnologia e humanidades.

Palavras-chave: ética, ciência, tecnologia, nihilismo

Fonte: Kriterion vol.45 no.109 Belo Horizonte Jan./June 2004
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-512X2004000100007&script=sci_arttext

"A qualidade das pessoas é que determina o que se produz. De modo que se pode ter máquinas maravilhosas, mas se não houver gente extraordinária, não se poderá produzir ciência extraordinária"

Leia mais em:
JC e-mail 3503, de 02 de Maio de 2008. Sobre a excelência e como conquistá-la, artigo de Nora Bar
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=55837

Ciência e/ou tecnologia? - II

Algumas dicas de sítios com conteúdo bastante interessante:

* science - http://en.wikipedia.org/wiki/Science
* what is science? - http://www.gly.uga.edu/railsback/railsback_1122science1.html
* technology - http://en.wikipedia.org/wiki/Technology
* what is technology? - National Academy of Engineering - http://www.nae.edu/nae/techlithome.nsf/weblinks/KGRG-55A3ER

Para os que gostam de explorar as interrelações entre ciência, tecnologia e filosofia, cujas fronteiras nem sempre são rígidas, recomendo as seguintes leituras:

[1] A Estrutura das Revoluções Científicas - Thomas Kuhn - Ed. Perspectiva - explicitação dos fatores que "direcionam" a ciência, dentre eles, a tecnologia.

[2] Para uma Filosofia da Tecnologia - Milton Vargas - Ed. Alfa Ômega

[3] O Véu de Ísis - Pierre Hadot - Ed. Loyola - Ensaio sobre a história da idéia de natureza.

Ciência e/ou tecnologia? - I

A discussão acerca das diferenças entre ciência (episteme, em grego; scientia, em latim) e tecnologia (techne + logos, em grego) é muito antiga e remonta aos gregos. Platão e seu discípulo Aristóteles foram os primeiros a estabelecer as bases do que nós hoje chamamos de conhecimento científico. Mas, muito antes deles, os gregos já estavam cientes dos limites, poderes e consequências nem sempre benéficas trazidas pela técnica, expresso nos mitos de Ícaro (com seu artefato de voar o mais alto possível) e Prometeu (roubando o fogo dos deuses e dando-o aos homens)... em ambos os casos explicita-se a "vingança" dos deuses contra a soberba dos homens, de tudo querer conhecer... na falta de um discurso racional consistente, o mito era uma boa forma de instruir e educar o povo inculto, mostrando que as ações dos homens mudando a natureza teem consequencias.

A técnica é neutra em si, não sendo boa, nem má! O bom/mau uso dela depende do homem... esta é a grande contribuição de Sócrates/Platão, quando denuncia o mau uso da técnica da retórica/oratória pelos políticos da época para enganar o povo (só naquela época é que acontecia isto, né?). Mas, como saber se algo é bom ou mau? A fim de estabelecer um critério universal e não subjetivo, Platão lança então as bases do conhecimento científico, aquele que seria verdadeiro sempre. Coloca-o no mundo inteligível, das Idéias. Aristóteles busca um caminho empírico, cria a lógica e a partir de conhecimentos básicos, auto-evidentes (axiomas, postulados), que fazem parte do senso comum ou são obtidos por indução, e usando a lógica, dedutivamente, lança as bases da ciência empírica, experimental.

Com o Renascimento "redescobrimos" os gregos e o homem se encanta novamente com a Natureza, cujas leis ocultas cabe ao homem desvendar. Na Idade Moderna com Descartes, Newton, Laplace e tantos outros, a Ciência atinge seu ápice; a partir do final do Séc. XVIII, a Revolução Industrial será a locomotiva da técnica, logo auxiliada pela ciência no Séc. XIX. A Termodinâmica é um bom exemplo de como isto aconteceu: inicialmente, um problema de máquinas térmicas, e hoje se tornou uma ciência sofisticada e bastante teórica. No Séc. XX, o desenvolvimento da técnica foi apoiado pela ciência em quase todos os passos... áreas do conhecimento humano ainda muito baseadas na técnica, tais como medicina, agricultura e psicologia, ou baseadas em pressupostos meramente teóricos, como a Economia, Sociologia etc, vão em busca da ciência para suportar seus desenvolvimentos.

Hoje, quando discutimos os prós e contras da clonagem, do uso dos combustíveis fósseis, do cultivo de terras agricultáveis para produção de biocombustíveis etc, assuntos nos quais técnica e ciência estão intimamente vinculados, esquecemos de separar uma coisa da outra: ciência é conhecimento; técnica é utilitarismo; ambas são neutras e o uso é ditado pela ÉTICA que predomina na sociedade. No final, então, caímos no problema ético. Mas, como ter uma ética universal, sem ser subjetiva? O que é o bem ou a verdade? Daí voltamos ao problema inicial dos gregos... há várias propostas de resposta a esta pergunta ao longo do tempo... as mais atuais são as que continuam a se apoiar em Platão e em Aristóteles!